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Exigências cada vez maiores no mercado e a competição mais acirrada estão transformando alguns locais de trabalho em ambientes tóxicos e prejudiciais para a saúde física e emocional dos profissionais.
Muitas pessoas nem se dão conta que estão inseridas nestas situações em seu dia a dia e só começam a sentir os reflexos negativos muito mais tarde. Por isso, é importante estar atento e aprender a se blindar contra ambientes que fazem mal aos indivíduos.
Neste artigo vamos lhe mostrar como identificar um ambiente de trabalho tóxico, como se proteger para preservar sua saúde e também o papel das empresas neste contexto.
O que é um ambiente de trabalho tóxico?
“Ambientes tóxicos são aqueles que fazem com que os funcionários se comportem involuntariamente da maneira que não gostariam de se portar. Se sentem obrigados a fazer atividades ou assumir comportamentos que não concordam”, define a Diretora de Recursos Humanos da GSC – Integradora de Saúde, Sandra Gioffi. Como exemplos dessa postura, ela cita: concordar com a liderança, quando de fato discorda; ficar até mais tarde no trabalho para mostrar que está comprometido; rir de piadas sem graça ou pejorativas. “Enfim, atitudes que impedem que o profissional seja verdadeiro, genuíno e ele mesmo”.
Muita gente nem percebe que o local onde trabalha todos os dias é tóxico por já ter se acostumado a determinadas dinâmicas e particularidades das situações rotineiras. Mas existem muitos fatores que podem transformar o ambiente em algo bastante prejudicial para os profissionais que ali convivem.
1- Problemas de comunicação
As falhas e problemas de comunicação podem acontecer em várias esferas. Podem ocorrer, por exemplo, entre lideranças e colaboradores, quando muitos têm a sensação de que não sabem realmente o que está transcorrendo na empresa. Quando só ficam sabendo de decisões importantes depois que já foram colocadas em prática e geraram impactos. Se a comunicação entre áreas e entre cargos não é feita de forma eficiente, a tendência é que os colaboradores fiquem sempre desconfiados e com um pé atrás sobre o que está por vir. Isso provoca sentimento de insegurança e prejudica os profissionais.
2- Fofocas e intrigas
O primeiro fator da nossa lista pode levar a um segundo problema. Isso porque, se a comunicação não é suficientemente clara, podem se propagar fofocas e até surgir intrigas entre os participantes da equipe. Muita gente está falando pelos cantos e falando uns sobre os outros, é sinal que há algo errado.
3- Falta de confiança
A falta de confiança na organização também produz um ambiente tóxico. Quando não se tem certeza sobre o andamento dos negócios ou se todos estão tão desconfiados passam a buscar novas posições no mercado, é um alerta de problema. A Era Digital em que vivemos é de certa forma exponencial, mas o tempo, os recursos e as pessoas são lineares. Uma das formas de compensar isto é com colaboração, e colaboração pressupõe duas questões básicas: um objeto comum e um ambiente de confiança. Ninguém colabora sem um propósito e num ambiente onde não se sente inserido e não possa ser verdadeiro.
4- Preconceito e bullying
Um local de trabalho onde não há diversidade, onde existem preconceitos claros contra determinados grupos como preconceitos de gênero, raça, ou orientação sexual, é um lugar onde muitas pessoas podem se sentir mal no dia a dia. Se há episódios concretos de bullying entre colegas ou subordinados, por conta de algum preconceito, a situação é ainda pior.
Líderes precisam garantir um ambiente que seja inclusivo, que tenha diversidade. Devem estabelecer uma política de convivência, discutir o assunto com todos os colaboradores, mostrar que um ambiente onde haja aceitação e respeito é muito mais rico, produtivo, criativo e bom de se estar. Também precisam mostrar um caminho claro para que os que se sintam desrespeitados possam recorrer e aqueles que não respeitam serão advertidos.
5 – Líderes ou colegas tóxicos
Com certeza a postura dos líderes é fundamental para um bom ambiente de trabalho. Líderes autoritários, centralizadores ou manipuladores podem criar atmosferas tóxicas. Mas não são só eles que pesam para criar um clima ruim. Colegas que gostam de criticar ou ter razão o tempo todo ou que tentam deixar os demais inseguros também são muito prejudiciais para toda a equipe.
6 – Pressão e falta de equilíbrio com vida pessoal
Se as cobranças por resultados são excessivas, com funcionários pressionados e ainda sem conseguir equilibrar adequadamente o trabalho com momentos de descanso e lazer, é sinal de perigo.
Especialmente nos dias de hoje, onde todos estão plugados 24 horas por dia, é muito fácil emitir demandas por WhatsApp depois do trabalho. Quem quer deixar de responder ao chefe às 10 horas da noite? Líderes precisam filtrar isto e entender que seus pedidos extras, se frequentes, podem causar grande prejuízo aos colaboradores, que deixam de ter divisão de vida privada e trabalho.
Leaveism – um capítulo à parte
Quando falamos em falta de equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, não podemos deixar de mencionar o “Leaveism”, um termo em inglês, estabelecido pela primeira vez em 2013 pelo Dr. Ian Hesketh, pesquisador da Universidade de Manchester, no Reino Unido. Ele usou esta palavra para definir o fenômeno onde os trabalhadores usam suas horas que deveriam ser de descanso, como finais de semana, feriados, ou férias anuais, para continuar fazendo serviços que deveriam ser prestados na empresa.
Estas pessoas cumprem suas jornadas normais nas organizações e ainda assim costumam levar trabalho extra para casa. Muitas alegam que fazem isso porque nos momentos que estão sozinhos não há interrupções feitas por colegas, ligações ou outros contatos na empresa.
A verdade é que o Leaveism está se tornando uma prática cada vez maior, ainda mais com a era digital e a facilidade de trabalhar em qualquer lugar. E muitos profissionais não estão mais conseguindo separar o que deveria ser um tempo dedicado ao trabalho e também o tempo para sua própria vida pessoal, acarretando em sérias consequências para a saúde.
“A neurociência já coloca fortemente que não existe alta performance sem equilíbrio da vida pessoal (exercício, meditação, alimentação e até cuidar da dimensão religiosa/propósito, noite de sono de 7 a 9 horas). Então é fundamental que o ser esteja integralmente cuidado para que ele possa entregar o melhor de si, com satisfação e saúde”, destaca a Diretora de Recursos Humanos da GSC – Integradora de Saúde, Sandra Gioffi.
Consequências do ambiente tóxico no indivíduo
Talvez no início, um ambiente de trabalho tóxico só traga alguma sensação desconforto e desapontamento, mas pouco a pouco, essa insatisfação rotineira pode ter efeitos diretos no bem-estar físico e emocional das pessoas.
Uma das primeiras consequências pode ser a desmotivação. O profissional fica sem vontade de ir para o trabalho, não consegue mais produzir com o mesmo vigor que antes e vai prejudicando sua produtividade.
Com o tempo, este tipo de situação pode levar a problemas de saúde, como depressão, ansiedade, dificuldades relacionadas ao sono, ganho de peso e até doenças do coração, por conta dos altos níveis de estresse.
O que fazer para se proteger
Se você já conseguiu identificar que o ambiente de trabalho onde você está é tóxico e prejudica o seu bem-estar, é preciso avaliar a situação e ver o que é possível fazer naquele momento.
A solução mais fácil seria tentar o quanto antes buscar uma nova posição no mercado de trabalho. Mas nem sempre a pessoa pode fazer uma mudança completa na carreira e de forma imediata. Neste caso, é preciso colocar em prática medidas que amenizem os reflexos do ambiente tóxico na sua vida.
– Primeiro, analise se é possível conversar com o próprio RH da empresa, sobre as situações que estão incomodando no ambiente corporativo
– Mantenha-se motivado, fazendo cursos, com um aprendizado contínuo, caso a situação fique insustentável e seja realmente necessário ir para outro local você já estará preparado.
– Se afaste de colegas que são muito negativos, que procuram fofocas e intrigas e reforce laços com as pessoas que tem a mesma vibe positiva que você. Ter esse suporte positivo anima a continuar indo ao local de trabalho e mantém a motivação em alta.
– Quando estiver em casa, procure fazer atividades que lhe tragam satisfação e equilíbrio. Pode ser uma leitura agradável, um exercício físico, praticar um hobby ou meditação. O importante é separar bem esses momentos da situação do trabalho, para que não fique o dia inteiro em um clima ruim e pesado.
O que as empresas podem fazer para evitar
É claro que as atitudes individuais são importantes, mas as empresas também têm papel fundamental quando o ambiente de trabalho se tornou tóxico. É preciso ficar atento sobre a motivação e os sentimentos dos funcionários e um bom termômetro para isso podem ser as pesquisas de clima e até mesmo as conversas informais.
Os líderes são decisivos neste processo. “O líder precisa dar o exemplo. Ele geralmente imprime um comportamento tóxico, no qual ele não tem qualidade de vida e verbaliza e valoriza aqueles que estão com ele nessa jornada de quantidade e baixa qualidade. Esse exemplo de ‘sucesso’ é replicado e copiado”, afirma Sandra Gioffi.
Por parte das empresas, podem ser criados programa de saúde e qualidade de vida. “Vale a pena investir num ambiente mais saudável para ter satisfação e saúde mental e física dos profissionais e por consequência, alta performance”, finaliza a Diretora de Recursos Humanos.
Você já conseguiu identificar se o ambiente de trabalho onde você está é tóxico? O que faz no dia a dia para lidar com isso? Conte pra gente aqui nos comentários.
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