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Paulo Souza-Corrêa entrevista Maryana com Y: A importância da leveza no ambiente corporativo

A Maryana com Y é daquelas pessoas que chegam iluminando o ambiente e seguem brilhando depois que vão embora. Conheci a Mary numa edição do CONARH em São Paulo, e bastou um convite para ela desembarcar em Santa Catarina. Desde então, não largou mais a gente, e a gente também não quer largá-la!
Entre um evento e outro, Maryana me ensinou algo valioso: que leveza e bom humor não são o oposto da seriedade. São, muitas vezes, o caminho mais inteligente para se chegar a ela. E também me mostrou que talento de verdade é quando você consegue fazer com excelência aquilo que faz com prazer. Um pouco do que acreditamos aqui na KeepTalent: pessoas certas, no lugar certo, com brilho nos olhos.
A seguir, compartilho com vocês uma entrevista que fiz com a Maryana, onde ela fala de burnout, foco, leveza, liderança e o poder transformador do humor no ambiente de trabalho. Vale cada linha!
1. Casos de burnout crescem assustadoramente em todo o mundo. Onde o humor pode ser um remédio?
Gosto de reforçar o que digo nas minhas palestras, a comédia faz rir, o humor faz bem, ou seja, o humor pode e deve ser usado como estratégia de regulação emocional no contexto corporativo. Quando estamos bem e rimos, nosso cérebro libera endorfinas, dopamina e serotonina, neurotransmissores responsáveis pela sensação de bem-estar. A neurociência mostra que o bom humor regula o eixo HPA (hipotálamo–pituitária–adrenal), que reduz o impacto do estresse crônico, ou seja, em ambientes corporativos de alta pressão, isso funciona como um verdadeiro antídoto ao burnout.
2. Você já escreveu que não é falta de foco, é excesso de tarefas inúteis. Ter tempo para o humor pode nos trazer mais foco?
Estudos da Universidade Stanford mostram que a multitarefa constante reduz significativamente nossa capacidade de foco e memória de trabalho, ao contrário do que muitos pensam. O humor, traz pausas e prazer para o cérebro, recarrega nossa atenção e amplia o foco nas tarefas principais. Como dizia Steve Jobs: foco é saber dizer não. E rir pode ser a pausa que nos ajuda a lembrar do que realmente importa.
3. Humor também é suporte emocional?
O humor é um dos pilares da resiliência emocional, como aponta a psicologia positiva de Martin Seligman. Ele amplia repertórios emocionais, fortalece vínculos e permite que lidemos com situações difíceis de forma mais leve e segura. Na minha metodologia Happy Thinking, o humor é tratado como uma competência treinável, um verdadeiro músculo emocional.
4. Que diferença você vê nas gerações? Os mais velhos são menos abertos ao humor como ferramenta de gestão?
Há um gap geracional considerado hoje, nunca tantas gerações diferentes trabalharam juntas. Líderes mais antigos foram formados numa cultura na qual a vulnerabilidade era confundida com fraqueza e o humor, por muito tempo, foi associado à distração ou falta de comprometimento. No entanto, quando esses líderes experimentam a leveza como ferramenta de conexão, percebem o quanto ela engaja, retém e humaniza. A resistência ao humor, não é falta de competência, é uma falta de permissão cultural. Precisamos espalhar o quanto o humor não anula competências e como ele pode ser uma ferramenta que mudará as próximas gerações das corporações.
5. Muitas pessoas confundem leveza com falta de seriedade. O que você costuma dizer para quem tem esse pensamento?
“Dá pra falar sério sem ser sério” é minha frase carro-chefe em palestras. A leveza não é ausência de seriedade, é presença de saúde. Ser leve é conseguir lidar com o peso do dia a dia sem se desregular. Como dizia Viktor Frankl, “entre o estímulo e a resposta existe um espaço. E é nesse espaço que reside nossa liberdade”. A leveza nos ajuda a acessar esse espaço com mais clareza e inteligência emocional, para tomar atitudes com mais presença e com menos chances ao erro.
6. Tem alguma dica prática que qualquer pessoa possa aplicar no dia a dia para trazer mais leveza?
Seja mais gentil com você mesmo, aceite quem é, não force nem a sua alegria, nem a alegria do outro, seja a alegria que por si só já será contagiante. Algo comum que acontece nas minhas palestras, é confundirem o “ser extrovertido” com ser “bem humorado”, mas acontece que o tímido também pode ser bem humorado, lembra que humor é a sensação de bem-estar? Então, se você está bem e faz o bem: PARABÉNS! Você é bem humorado. Então pratique no seu dia a dia atividades que te fazem bem. Coloque momentos de pausas para tecnologia, sem telas, só no momento presente, praticando o nadismo, como eu falo no meu TEDx talk. Isto te ajuda resetar o cérebro para ganhar energia vital.
7. Na sua opinião, qual o papel dos líderes na construção de um ambiente mais leve?
O líder é o termômetro emocional do time. Daniel Goleman já afirmava: liderança é contagiante, e isso vale tanto para o estresse quanto para o bem-estar. Um líder que pratica a leveza como competência de gestão melhora a segurança psicológica da equipe, estimula a criatividade e fortalece a cultura.
8. Você já foi MC no CONCARH em Santa Catarina e já é uma figura esperada. Como é para você estar em SC neste evento?
Enche o meu coração de alegria só de lembrar, é sempre uma honra! Santa Catarina me recebe com muito carinho, me sinto em casa. O CONCARH é mais do que um evento: é um espaço de reinvenção do RH. Estar nesse palco, levando conteúdo técnico com leveza, humor e profundidade, é um privilégio que eu celebro com gratidão e com o coração RECHEADO DE BOM HUMOR! Que venha essa edição especial de 2025, estou muito animada.
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